17 de dezembro de 2019
A investida nesta terça-feira (17) contra a cúpula do governo da Paraíba desfere também um golpe na imagem que o Consórcio de Governadores do Nordeste vem construindo.
O grupo é visto como antítese de Bolsonaro.
A operação que decretou a prisão do ex-governador Ricardo Coutinho e determinou busca e apreensão contra João Azevedo, atual governador, atinge o argumento dos governadores de que o modelo de governo desenhado nos estados do Nordeste é a melhor resposta à agenda de Brasília
Em que pese a autonomia de cada estado e os oitos demais não terem responsabilidade sobre o que se passou na Paraíba, foi esse o estado contra o qual o presidente Bolsonaro, em julho, se insurgiu, ao dizer que o governador paraibano, junto com o do Maranhão, Flávio Dino, eram os piores da região.
A declaração levou os demais governadores a saírem em defesa da Paraíba, do Maranhão e do Nordeste. Fátima Bezerra, inclusive, chamou o presidente à época de ‘coronel’.
Para além disso, o ex-governador que teve prisão decretada, Ricardo Coutinho, já na condição de ex-mandatário, foi recebido com pompa pelos atuais governadores em seminário da revista Carta Capital, indicando afinidade e chancela de que ainda goza no grupo dos atuais chefes dos executivos estaduais.
Em política, as imagens e o que não é dito valem muito.
As imagens estão aí falando por si nas reuniões em que os governadores do Nordeste se apresentam como solução moral e econômica.
E o que não é dito não é menos importante. Por ora, o silêncio das lideranças do Nordeste sobre o que se passa na Paraíba é o registro mais importante a ser notado.
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