20 de fevereiro de 2021
O presidente Jair Bolsonaro justificou neste sábado a troca no comando da Petrobras ao afirmar que precisa “trocar peças que não estejam dando certo”. Sem mencionar a empresa nominalmente, ele citou a “troca de ontem” e disse que “na semana que vem teremos mais”.
— Eu tenho que governar. Trocar as peças que porventura não estejam dando certo. Se a imprensa está preocupada com a troca de ontem, na semana que vem teremos mais. O que não falta para mim é coragem de decidir pensando no bem maior da nossa nação — disse, em cerimônia de entrada de novos alunos da escola preparatória de cadetes do Exército, em Campinas (SP).
Na noite de ontem, Bolsonaro anunciou a demissão do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. Em um post em redes sociais, o presidente afirmou que o novo chefe da estatal é Joaquim Silva e Luna, diretor-geral da Itaipu Binacional e ex-ministro da Defesa no governo Temer (MDB). A estatal não tinha um presidente militar desde 1988.
Pouco antes de citar a “decisão de ontem”, Bolsonaro afirmou, em meio a militares, que “pior que uma decisão mal tomada é uma indecisão”.
— Problemas hoje temos, e eu tenho que decidir, assim como vocês militares, que desde jovem passarão a tomar decisões, e também vocês aprenderão rapidamente que pior que uma decisão mal tomada é uma indecisão — defendeu.
Bolsonaro pediu a saída de Roberto Castello Branco do comando da Petrobras numa reunião nesta quinta-feira no Palácio do Planalto, após o quarto aumento no preço dos combustíveis anunciado pela empresa, o que irritou o presidente.
A reunião ocorreu pouco antes da transmissão ao vivo nas redes sociais em que Bolsonaro criticou a estatal e disse que “alguma coisa” iria acontecer na Petrobras, posição reforçada na manhã desta sexta.
O presidente da estatal vinha irritando Bolsonaro por conta do aumento dos combustíveis, especialmente o diesel. A situação se agravou depois que Castello Branco, em Janeiro, ainda sob a pressão da ameaça de greve dos caminhoneiros, afirmou que a insatisfação da categoria é “um problema que não é da Petrobras”.
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