Blog do Dina - Brasileiro roubou nome de criança morta nos EUA e viveu como americano por 25 anos


Brasileiro roubou nome de criança morta nos EUA e viveu como americano por 25 anos

15 de janeiro de 2022 às 13:36

"Nome completo?"

"Eric Ladd", responde Ricardo. "É muito comum a gente dar nome de guerra nos Estados Unidos, isso em todas as companhias [aéreas]. Eles pedem para a gente não divulgar muito o nome completo, peço desculpas, mas por Eric Ladd todo mundo me conhece."

"Local de nascimento?"

"Atlanta, Geórgia", diz o homem que, segundo o governo americano, é natural de São Paulo.

É assim que se apresenta, em uma transmissão ao vivo de agosto de 2020 no canal brasileiro de YouTube PandAviation, o sujeito que o Departamento de Estado americano afirma que é Ricardo César Guedes.

Convidado a falar sobre sua história de quase 25 anos como comissário de bordo da United Airlines, uma das maiores companhias aéreas do mundo, Ricardo (ou Eric) conta que nasceu nos Estados Unidos, mas, filho de mãe brasileira —aqui se confunde e diz que "meio que os dois", pai e mãe, são brasileiros—, foi criado em São Paulo. Arremata afirmando que se considera paulistano e que voltou aos EUA aos 22 para trabalhar com aviação.

Hoje ele está preso. Segundo o governo americano, por roubar a identidade de William Ericson Ladd, este sim nascido em Atlanta, no estado da Geórgia, em 1974 —e morto em um acidente de carro antes que completasse cinco anos de idade.

O brasileiro Ricardo César Guedes obteve passaporte dos EUA, fez carreira na aviação, casou-se e comprou uma série de bens fingindo ser americano durante os mais de 25 anos que assumiu a identidade de uma criança morta em 1979, segundo a acusação.

Considerado comissário sênior, chegou a participar de voos humanitários em meio à retirada das tropas ocidentais do Afeganistão, em agosto do ano passado. Fã da Apple, transportava iPhones para vender no Brasil e apareceu em vários veículos jornalísticos em 2012, inclusive nesta Folha, sempre com o nome de Eric Ladd, como a primeira pessoa a comprar uma nova versão do iPad em Nova York após 30 horas de fila.

Veja a história completa.

Folha de S. Paulo

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