18 de janeiro de 2022 às 8:30
Acossado pelo mau desempenho nas pesquisas e pelo alto índice de reprovação ao seu governo — 53%, segundo o Datafolha —, o presidente Jair Bolsonaro vem apostando numa forma de reciclagem do discurso que lhe garantiu a vitória nas urnas em 2018: liberal na economia e conservador nos costumes.
De olho no eleitorado que se distanciou dele, o mandatário da República reafirmou sua disposição de vetar a liberação dos jogos de azar no Brasil e, numa crítica ao PT, saiu em defesa da reforma trabalhista aprovada em 2017.
Ainda que mantenha Paulo Guedes à frente da Economia, Bolsonaro não seguiu todo o receituário propagado na campanha eleitoral — houve poucas privatizações, por exemplo, e o presidente resiste a acelerar a reforma administrativa.
Ontem, no entanto, ele afirmou à “Radio Viva”, do Espírito Santo, que “mente” quem afirma que as mudanças nas regras trabalhistas tiraram direitos do povo.
— O governo (Michel) Temer fez uma pequena reforma trabalhista. Não tirou direito de nenhum trabalhador. Mente quem fala que a reforma do Temer retirou direito do trabalhador. Até porque os direitos estão lá no artigo sétimo da nossa Constituição, não podem ser alterados — disse.
As alterações, propostas pelo então governo Temer e aprovadas pelo Congresso, atenderam a um pleito do empresariado, favorável à flexibilização de pontos da legislação que rege as relações entre empregado e empregador.
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O GLOBO
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