Blog do Dina - Pesquisadores avaliam eficácia da CoronaVac em crianças e adolescentes


Pesquisadores avaliam eficácia da CoronaVac em crianças e adolescentes

19 de janeiro de 2022 às 10:01

O Espírito Santo realiza um estudo para avaliar a eficácia, a segurança e a resposta imune da CoronaVac em crianças e jovens de 3 a 17 anos. É o chamado Projeto Curumim, que vem do tupi-guarani “menino”. Os resultados serão comparados aos da vacina Pfizer, liberada para o público a partir de 5 anos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve decidir nesta quarta-feira se libera a vacina para a faixa etária.

A meta é alcançar 1.280 voluntários que ainda não tenham sido vacinados contra a Covid-19, independentemente de já terem contraído a doença. Desse total, os integrantes serão divididos em dois grupos.

No primeiro, 960 pessoas serão sorteadas e dois terços receberão CoronaVac e um terço, Pfizer. Já o segundo, com 320, reunirá pessoas que escolherem a vacina produzida pelo Instituto Butantan. Independente do imunizante, duas doses serão aplicadas, com um mês de intervalo.

— O que motivou o estudo foi o fato de a CoronaVac ter uma plataforma de vírus inativado, que é, talvez, a mais conhecida para a vacinação em crianças. Em geral, elas, nessa faixa etária que estamos testando, têm uma melhor resposta às vacinas do que os adultos, adultos jovens e idosos. Então, talvez, esse estímulo da vacina inativa seja suficiente para induzir anticorpos, células de defesa e proteção e com menos efeitos colaterais. Esta é a nossa hipótese: que seja tão boa quanto a Pfizer, mas com menos efeitos colaterais — explica a coordenadora do projeto, Valéria Valim.

Nove crianças pré-cadastradas já receberam a primeira dose na última sexta-feira. Outros 90 voluntários devem participar nesta semana. A partir da próxima, o número sobe para 250.

Além de serem vacinados, crianças e jovens serão acompanhados por um ano por infectologistas, pediatras, cientistas e enfermeiros a fim de avaliar a imunidade a partir de coletas de sangue periódicas. Ao todo, serão cinco: antes da primeira dose, 28 dias após e, depois, com intervalos de três, seis e doze meses. Também haverá avaliação clínica e monitoramento de eventuais efeitos adversos.

— É um estudo de não inferioridade: vamos comparar a CoronaVac com a vacina da Pfizer. Escolhemos não comparar com placebo porque a Pfizer já está sendo distribuída. Se a faixa etária é mais precoce, abaixo de 5 (anos), vamos dar CoronaVac por questão de segurança — afirma a professora da Ufes.

As inscrições pelo formulário on-line começaram ontem e devem ficar abertas até todas as vagas serem preenchidas. Segundo Valim, a expectativa é que atingir o quórum em seis semanas.

O GLOBO

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