Blog do Dina - Lula bate o pé por Haddad em eleição de SP em recado a Boulos e França


Lula bate o pé por Haddad em eleição de SP em recado a Boulos e França

3 de fevereiro de 2022 às 8:33

Em meio a impasses sobre a eleição paulista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem repetido em reuniões privadas que vê, pela primeira vez, chance real de o PT ganhar a disputa pelo governo do estado São Paulo com Fernando Haddad (PT).

A afirmação foi feita por Lula em reuniões nesta semana com petistas e políticos de outros partidos, inclusive de fora do estado. Em uma dessas ocasiões, segundo relatos, o ex-presidente avaliou que vê o cenário propício para a eleição do PT e elencou algumas razões.

Diante desse cenário, Lula tem batido o pé na escolha de seu ex-ministro da Educação para disputar o Palácio dos Bandeirantes e enviado recados a políticos da esquerda que buscam o mesmo posto —Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB).

Além de Haddad ter pontuado bem nas últimas pesquisas de intenção de voto, Lula afirmou que a aliança com o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) em âmbito nacional impulsionará a candidatura do ex-prefeito de São Paulo.

O petista disse acreditar que o gesto configura um aceno a setores de centro e centro-direita e que isso impactará positivamente a campanha de Haddad. Alckmin, no PSDB, foi governador de São Paulo quatro vezes.

A expectativa no PT é que o ex-governador paulista também trabalhe pela eleição de Haddad caso ele venha a ser candidato a vice-presidente ao lado de Lula. Quando Haddad fora prefeito, havia boa interlocução entre o petista e o ex-tucano.

Nesse cenário, Lula ainda tentaria herdar uma parte dos votos que outrora iriam para Alckmin, que se desfiliou do PSDB no final do ano passado.

Outra razão seria a rejeição do governador João Doria (PSDB-SP) no estado, que respingaria no seu vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB-SP), que tentará sucedê-lo no Palácio dos Bandeirantes.

Doria ainda foi eleito em 2016, em primeiro turno, prefeito de São Paulo com forte apoio de Alckmin. Em 2018, após pouco mais de um ano à frente do comando da cidade, se candidatou a governador para suceder o padrinho político no Palácio dos Bandeirantes.

Alckmin, naquele mesmo ano ficou em quarto lugar —pior desempenho de um tucano em disputa presidencial. Desde então, Doria vinha se articulando para ser o candidato do PSDB ao Planalto, escanteando Alckmin. No fim de 2020, venceu as prévias do partido contra Eduardo Leite (PSDB-RS).

Forte dentro do PSDB, Doria enfrenta resistência no eleitorado de São Paulo. Segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada em dezembro do ano passado, ele tem rejeição de 38% dos paulistas e aprovação de 24%.

De acordo com o mesmo levantamento, na corrida pelo Bandeirantes, Geraldo Alckmin teria 28% das intenções de voto, seguido por Haddad, com 19%, França (PSB), com 13%, e Boulos (PSOL), com 10%.

Sem Alckmin na disputa e com o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB-SP), que aparece com 6% das intenções de voto, Haddad sobe de 19% para 28% dos entrevistados que declaram o propósito de votar nele.

Já França, ex-vice-governador de Alckmin, cresce de 13% para 19% em um cenário. Boulos passa de 10% para até 18%.

Veja a matéria completa.

Folha de S. Paulo

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