15 de fevereiro de 2022 às 9:00
O porta-voz do ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, anunciou em comunicado nesta terça-feira que o governo decidiu retirar algumas tropas militares da fronteira com a Ucrânia.
Em entrevista à agência Interfax, afirmou que diversas unidades já "completaram suas missões" de realizar treinamentos militares planejados na região.
— Unidades dos distritos militares do sul e oeste que completaram suas missões já começaram a embarcar no transporte ferroviário e automobilístico e começarão a retornar para suas guarnições hoje. Unidades separadas marcharão a pé como parte do comboio militar — disse Konashenkov.
Nesta segunda-feira, duas reuniões do presidente Vladimir Putin, que tiveram trechos exibidos pela televisão da Rússia, indicaram um recuo no cerco militar à Ucrânia que teve a participação de cerca de 130 mil soldados, o que levou os países ocidentais a alertarem para uma invasão iminente do país.
Não está claro quantas tropas serão removidas. Algumas missões ainda estão em andamento e serão mantidas.
— As Forças Armadas russas continuam uma série de exercícios em larga escala para treinamento operacional de tropas. Praticamente todos os distritos militares, frotas e tropas aerotransportadas estão participando — informou Konashenkov
O anúncio levou outros representantes do governo a acusarem o Ocidente de "histeria" por sugerir que uma guerra teria início na região. Foi o caso de Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.
No Facebook, ela publicou: "15 de fevereiro de 2022 entrará para a história como o dia em que a propaganda de guerra ocidental falhou. Eles foram desonrados e destruídos sem que um único tiro fosse disparado".
Sinais de recuo
Nesta segunda-feira, em uma conversa com Putin transmitida pela televisão e aparentemente roteirizada, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, anunciou que parte das manobras militares realizadas por seu país com a Bielorrússia estavam sendo encerradas.
— Os exercícios militares aconteceram, parte deles está terminando. Outros vão continuar dada a magnitude desses exercícios que foram planejados e que começaram no início de dezembro — disse Shoigu.
O GLOBO
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