Blog do Dina - 'Um bebê sem respirar embaixo dessa lama', diz mulher que busca criança após tragédia em Petrópolis


'Um bebê sem respirar embaixo dessa lama', diz mulher que busca criança após tragédia em Petrópolis

16 de fevereiro de 2022 às 10:04

Passadas quase 12 horas do temporal que causou uma tragédia em Petrópolis, Região Serrana do Rio, e que até agora já causou a morte de 36 pessoas, segundo a Defesa Civil estadual, o cenário é de destruição e desespero de famílias que ainda procuram por parentes desaparecidos, entre eles, muitas crianças.

Nesta quarta-feira, uma mãe tentava encontrar a filha, de 17 anos, cavando com uma enxada nas mãos. A todo momento ela chamava pela jovem. Em outro ponto da região, um pai gritava pelo nome da filha e tentava cavar com as mãos para tentar chegar até o ponto onde ele acredita que está a menina: "Ela está aqui, está aqui. Cadê a minha filha?", clamava o homem, agachado, aos prantos.

Segundo as primeiras informações de moradores, ele busca pela filha e pela esposa. No lugar onde elas estariam soterradas funcionaria um bar.

No Morro da Oficina, ao menos cinco corpos já foram resgatados por equipes do Corpo de Bombeiros que trabalham desde a madrugada. Nesta região, no bairro Alto da Serra, estima-se que cerca de 80 casas tenham sido afetadas.

A dificuldade dos resgates é tanta que um dos militares ficou preso na lama. Dos 35 corpos, 29 foram resgatados pelos bombeiros. Até as 7h30, 16 pessoas foram tiradas com vida do desastre.

Bruno Carvalho consegue ver de trás do cordão de segurança sua casa onde estava sua filha de 1 ano, sogra e primos. Ele busca informações da família apegado na esperança. Morador da quinta casa a esquerda, ele já encontrou a bolinha rosa de sua filha entre os destroços. O brinquedo está a mais de 30 metros de distância do quarto onde a menina dormia.

— Única coisa que ouvimos é que tinha havido um desabamento, mas só tive a dimensão quando cheguei aqui — disse ele, bastante emocionado.

Na área em que Gisele Arcaminate, mãe da adolescente Maria Eduarda, faz as buscas pela filha há apenas familiares e amigos. Ela, que tem o nome da filha tatuado, a todo momento grita "Duda", na esperança de uma resposta. Com uma enxada nas mãos, ela ajuda, junto com outros moradores voluntários, a tentar resgatar a jovem sob a lama.

— Um bebê sem respirar embaixo dessa lama, você consegue? Eu já estou perdendo as esperanças — disse Gisele, sobre a menina de 1 ano desaparecida, filha de Bruno e parente dela, durante o resgate.

Veja a matéria completa.

O GLOBO

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