19 de fevereiro de 2022 às 11:39
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, Ezequiel Ferreira de Souza, vem recebendo pressão para ser o candidato do grupo oposicionista. Ele tem escutado e pensado.
Mas só.
O comportamento é de quem não é candidato. Aqui vai a lista.
A essa altura do campeonato, alguém que disputará o governo do Rio Grande do Norte, e pela oposição, alteraria a agenda, faria mais reuniões com lideranças e se deixaria ser notado. A agenda de Ezequiel permanece inalterada.
Quem vai disputar o Governo do Rio Grande do Norte precisa estar rompido com a administração. Ezequiel não rompeu. E rompimento aqui, significa, por exemplo, o que Ricardo Motta, então presidente da ALRN fez durante a gestão Rosalba.
Entre o final de 2013 e ínicio de 2014, me recordo de ter perguntado a ele sobre rompimento com uma desgastada governadora. A resposta veio mais ou menos assim: "Não vou defender a governadora, mas o Rio Grande do Norte. E devo respeitar os deputados que a criticam". Meses mais tarde, Motta estava no palanque onde se situaram os atores que inviabilizaram a reeleição de Rosalba.
Não só não rompeu, mas também mantém as pontes com o grupo palaciano da governadora Fátima Bezerra, com quem conversa sobre as eleições deste ano. Também não queimou pontes na oposição.
Uma das coisas que mais escuto é que o presidente da Assembleia não se posiciona. Ele se posiciona, sim. O comportamento dele é um posicionamento. Mas vou destacar aqui uma coisa de quem não é está agindo como candidato ao Governo do Estado: a visita do presidente Bolsonaro ao RN.
Ezequiel deverá apoiar para o Senado Fábio ou Rogério Marinho. Ambos estavam com o presidente no RN. Quem age para ser governador pelo grupo da oposição também estaria no encontro com o presidente. Mas Ferreira não foi. Não ter ido é um posicionamento: o de quem não quer, neste momento, ser candidato a governador.
Como ele lida com a pressão exercida também é interessante. Ele escuta os apelos para ser candidato, mas age ajudando nas adjacências da articulação da chapa. Agora, por exemplo, um candidato a governador estaria com discurso pronto e o entoando. Mas Ezequiel está concentrado em montar a nominata do PSDB de quem vai disputar a Câmara Federal.
Tudo isso não quer dizer, no entanto, que Ezequiel não será candidato ao Governo. So coloca as probabilidades em perspectiva.
E elas se alteram à medida que o tempo passa. Daqui do lugar do espectador arrisco minhas fichas em dizer que o comportamento do presidente da ALRN só mudará após o prazo de desincompatibilização.
É quem em 2 de abril, algumas figuras do tabuleiro precisarão fazer jogadas irreversíveis para consolidar de vez alianças.
Rogério Marinho e Fábio Faria precisarão deixar os ministérios dos quais são titulares se quiserem disputar, seja o que for.
O prefeito de Natal, Álvaro Dias diz que não vai ser candidato. Se é verdade mesmo, amanheceremos o dia 3 de abril com ele ainda prefeito.
Depois do início de abril estará mais claro quem vai fazer o quê. Aí, sim, acredito que Ezequiel vai modular seu comportamento.
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