9 de março de 2022 às 9:17
Na tentativa de demonstrar força junto ao público evangélico, cobiçado por todos os seus concorrentes na disputa eleitoral deste ano, o presidente Jair Bolsonaro se reuniu ontem com centenas de líderes do segmento religioso no Palácio da Alvorada, e afirmou: 'Eu dirijo a nação para o lado que os senhores desejarem'.
Durante o encontro, que atraiu cerca de 280 religiosos, Bolsonaro ouviu explícitas declarações de apoio e chegou a chorar ao ser lembrado do episódio em que foi vítima de uma facada, na campanha de 2018.
A conquista da preferência dos evangélicos, que hoje representam aproximadamente 30% dos brasileiros, de acordo com o Datafolha, é tratada como ponto fundamental pelos pré-candidatos ao Palácio do Planalto. Desde o ano passado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ex-ministros Sergio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT), além de Bolsonaro, têm feito gestos para atrair essa parcela do eleitorado. Ontem, o presidente deixou clara a disposição de atender aos interesses do segmento.
— Seria muito fácil estar do outro lado. Mas, como eu acredito em Deus, se fosse para estar do outro lado, nós não seríamos escolhidos. Falo “nós” porque a responsabilidade é de todos nós. Eu dirijo a nação para o lado que os senhores desejarem — disse Bolsonaro.
Líderes de algumas das principais igrejas evangélicas do país estiveram presentes, como Silas Malafaia (Assembleia de Deus Vitória em Cristo), Abner Ferreira (Assembleia de Deus Ministério de Madureira) e o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (Igreja Universal do Reino de Deus). De acordo com o colunista Lauro Jardim, do GLOBO, havia cerca de 280 presentes, incluindo 90 deputados federais e oito senadores.
Ao pedir a palavra, o bispo Abner Ferreira disse que há um “chamamento” em 2022, ano da eleição presidencial. Em meados de 2021, Lula se encontrou com o bispo Manoel Ferreira, pai de Abner.
— Quero chamar a atenção de todos que estão aqui para uma reflexão. Nós temos um chamamento em 2022. Nós não podemos perder isto de vista — pregou.
Ferrenho crítico das gestões petistas, Malafaia falou em “roubalheira”, embora não tenha feito menções a adversários de Bolsonaro:
— Essa gente que quer governar o país? Deus nos livre disso. Estou mostrando aqui o império da safadeza e da roubalheira, da cultura da corrupção, que se instalou nesse país esses anos todos."
Marcos Pereira, que recentemente acusou Bolsonaro de trabalhar contra a filiação de aliados ao Republicanos, também se pronunciou, sem citar o nome do presidente:
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— Duas bandeiras nos unem a todos aqui: a bandeira do Senhor e a bandeira do Brasil. Deus abençoe o Senhor, Deus abençoe o Brasil.
O GLOBO
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