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Covid-19 matou 18 milhões no mundo em dois anos, o triplo dos números oficiais, diz estudo

11 de março de 2022 às 8:57

Nos dois primeiros anos de espalhamento da Covid-19, a pandemia matou cerca de 18,2 milhões de pessoas no mundo, mais que o triplo da soma das cifras oficiais notificadas pelos governos.

O número consta de um estudo publicado hoje por uma colaboração internacional de 97 cientistas de 20 instituições diferentes, o retrato mais completo do impacto do coronavírus na saúde mundial feito até agora.

A estimativa foi feita com base em dados de 191 sobre "óbitos excedentes", ou seja, a quantidade de mortes que ocorreu em 2020 e 2021, comparada com a quantidade de mortes que era esperada. Para criar um parâmetro de comparação, os cientistas estabeleceram como linha de base os dados de mortalidade dos 11 anos anteriores à pandemia, descontando eventos de grande mortalidade como guerras e situações similares.

"Nossa estimativa da mortalidade excedente pela Covid-19 sugere que o impacto da mortalidade pela pandemia foi mais devastador do que a situação documentada pelas estatísticas oficiais", escreveram os cientistas, em estudo na revista Lancet.

"Entre os países com maior número absoluto de mortes excedentes, aqueles com maior taxa de mortalidade excedente são a Rússia e México. Brasil e EUA tiveram números similares", relata o grupo, liderado por Haidong Wang, epidemiologista do Instituto para Métrica e Avaliação em Saúde (IHME), ligado ao governo dos EUA.

O estudo estima que, para cada 100 mil habitantes, a Rússia registrou 375 mortes a mais que o esperado. No México o número foi de 325, enquanto no Brasil e nos EUA os números foram de 187 e 179.

Para retratar a realidade brasileira, o estudo contou com Paulo Lotufo, professor de epidemiologia da USP, Fátima Marinho, da consultoria Vital Strategies, e outros cientistas conhecidos no meio acadêmico brasileiro.

O GLOBO

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