Blog do Dina - Entenda o que se sabe sobre a variante 'Deltacron', cepa rara e semelhante à Ômicron


Entenda o que se sabe sobre a variante 'Deltacron', cepa rara e semelhante à Ômicron

15 de março de 2022 às 11:57

Nos últimos dias, cientistas relataram que está surgindo um híbrido das variantes de coronavírus Ômicron e Delta em vários países da Europa. Aqui está o que se sabe sobre o híbrido, que vem recebendo os nomes frankensteinianos de Deltamicron ou Deltacron.

Como foi descoberto?
Em fevereiro, Scott Nguyen, cientista do Laboratório de Saúde Pública de Washington, D.C., estava inspecionando o GISAID, um banco de dados internacional de genomas de coronavírus, quando notou algo estranho.

Ele encontrou amostras coletadas na França em janeiro que os pesquisadores identificaram como uma mistura das variantes Delta e Ômicron. Em casos raros, as pessoas podem ser infectadas por duas variantes de coronavírus ao mesmo tempo. Mas quando Nguyen olhou com mais atenção para os dados, encontrou indícios de que essa conclusão estava errada.

Em vez disso, Nguyen ficou com a impressão de que cada vírus da amostra na verdade carregava uma combinação de genes das duas variantes. Os cientistas chamam esses vírus de recombinantes. Quando Nguyen procurou o mesmo padrão de mutações, encontrou mais recombinantes possíveis na Holanda e na Dinamarca. “Essa descoberta me levou a suspeitar que podia ser algo concreto", disse ele.

Nguyen compartilhou suas descobertas em um fórum online chamado “cov-lineages”, no qual cientistas ajudam uns aos outros a rastrear novas variantes. Essas colaborações são essenciais para atestar a existência de novas variantes: uma suspeita de recombinante Delta-Ômicron encontrada em janeiro no Chipre acabou se revelando falsa, resultante de uma falha no trabalho de laboratório.

“É necessário levantar muitas provas para mostrar que algo é concreto”, disse Nguyen.

Estudos mostraram que Nguyen estava certo.

“Naquele dia, corremos para verificar o que ele suspeitava”, disse Etienne Simon-Loriere, especialista em vírus do Institut Pasteur em Paris. “E, sim, rapidamente confirmamos a suspeita”.

Desde então, Simon-Loriere e seus colegas encontraram mais amostras do vírus recombinante. Eles finalmente obtiveram uma amostra congelada a partir da qual cultivaram com sucesso novos recombinantes em laboratório, os quais estão estudando agora. Em 8 de março, os pesquisadores postaram o primeiro genoma do recombinante no GISAID.

Veja a matéria completa.

O GLOBO

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