15 de julho de 2022 às 8:49
O PT prepara uma série de propostas para tentar aproximar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de setores ligados à segurança pública, área vista pela campanha como mais resistente a votar em um candidato de esquerda.
Entre as medidas que devem ser apresentadas para a chancela do petista em uma reunião no dia 27 estão a fixação de um piso nacional para os policiais civis e militares, atualização do programa que prevê compra de equipamentos e bolsa de formação a profissionais da categoria, além da recriação do Ministério da Segurança Pública.
Historicamente identificados com políticas de direitos humanos, o PT e a esquerda se afastaram das polícias ao longo dos últimos anos e das pautas de interesse do setor. Nas eleições de 2018, a categoria se tornou uma das principais bases eleitorais de Jair Bolsonaro, que adotou discursos com apelo entre policiais, como a defesa da isenção da pena a agentes que causarem mortes em serviço — excludente de ilicitude — e o armamento da população.
Em uma gafe que ajudou a estremecer a relação com profissionais da área, em maio Lula afirmou em discurso que o presidente Bolsonaro “não gosta de gente, ele gosta de policial”. Um dia depois admitiu o erro e pediu desculpa à categoria. Como não fazia no passado, o PT agora enxerga e entende a necessidade de construir políticas públicas voltadas a uma das bases do principal adversário.
As estratégias do partido para furar a bolha bolsonarista nas polícias envolvem, além das propostas focadas nos policiais, conversas de petistas com associações e entidades que representam a categoria. O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) é um dos emissários que tem feito aproximação com o setor. Na avaliação dele, alguns setores demonstram estar abertos a dialogar e têm boa lembrança dos governos do PT.
— É o Bolsonaro que dá a entender que as polícias são bolsonaristas, mas não é verdade. Entendemos que para uma parcela importante das polícias Bolsonaro é inconsequente e nada entregou a essa categoria — afirma Teixeira, um dos coordenadores do grupo que discute as propostas.
Em discussão, o plano de criar um piso nacional para as polícias é vista com reservas por Teixeira, por depender de viabilidade orçamentária e do caixa dos estados. O grupo que elabora o programa pretende, inclusive, levar governadores e ex-governadores do partido para o encontro do dia 27.
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O GLOBO
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