25 de julho de 2022 às 12:51
Apesar de dizerem que ataques públicos às urnas eletrônicas atrapalham Jair Bolsonaro (PL) do ponto de vista eleitoral, líderes do centrão endossam nos bastidores parte das críticas do presidente a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O maior alvo das reclamações é Alexandre de Moraes, que costuma ser também o principal foco das investidas do mandatário. Outros magistrados citados são Edson Fachin e Luís Roberto Barroso.
A avaliação entre dirigentes de PP, PL e Republicanos é que há, sim, por parte dos magistrados, excessos motivados por questões políticas e interferências desnecessárias na atribuição de outros Poderes, mas que Bolsonaro erra no tom ao partir para o confronto com integrantes dos tribunais, o que inclui mentiras sobre o sistema eleitoral e ameaças em tom golpista.
O centrão é o grupo de partidos de centro e de direita que apoia o governo e dá sustentação a Bolsonaro no Congresso.
A ponderação de políticos é que o ideal é resolver os imbróglios com diálogo entre as partes e não por meio do embate, evitando instabilidade no país e também impacto eleitoral.
Existe a leitura ainda que, no caso das urnas eletrônicas e do processo eleitoral, houve erro inicial por parte do TSE de convidar as Forças Armadas para integrar o CTE (Comissão de Transparência Eleitoral) e levá-las ao debate a respeito das eleições.
Políticos aliados Bolsonaro defendem que, uma vez feito esse gesto, deveria haver ao menos algumas concessões por parte da corte eleitoral aos militares.
O próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse em conversas reservadas que não duvida da lisura das urnas, mas que nenhum sistema é tão perfeito que não possa ser aprimorado.
Por isso, como defende Lira a pessoas próximas, também caberia ao tribunal atender a alguns dos pedidos que as Forças Armadas têm feito como modo de pacificar o ambiente.
A tese se assemelha à dita por Bolsonaro no início da semana passada, em reunião com embaixadores.
Na ocasião, o presidente centrou seus ataques nas figuras de três ministros: Moraes, Fachin, atual presidente do TSE, e Luís Roberto Barroso, ex-presidente da corte eleitoral.
O mandatário acusou o grupo de querer trazer instabilidade ao país, por desconsiderar as sugestões das Forças Armadas para modificações no sistema, a menos de três meses da disputa.
Folha de S. Paulo
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