Blog do Dina - Planos para segurança pública causam racha na equipe de Lula


Planos para segurança pública causam racha na equipe de Lula

15 de agosto de 2022 às 12:46

A discussão no Partido dos Trabalhadores (PT) sobre o programa de segurança pública de Lula causou um racha na equipe que elabora as propostas.

Apesar de terem sido discutidos em dezenas de reuniões internas do PT, propostas sensíveis como o revogaço de decretos bolsonaristas ampliando o acesso às armas sequer constam nas diretrizes do programa de governo entregues ao Tribunal Superior Eleitoral.

De acordo com lideranças que participaram dos debates internos, foram vetados pela coordenação da campanha lulista.

Um documento da setorial do PT que elaborou propostas para o tema, obtido com exclusividade pela equipe do blog, elenca uma série de proposições discutidas dentro da sigla em dezenas de reuniões.

Uma delas era a retomada dos conselhos de segurança pública, desmantelados pelo governo Bolsonaro. Outra, o estímulo à colocação de câmeras nos uniformes de policiais.

São temas de consenso no PT e constam do documento, mas não das diretrizes sumarizadas pelo coordenador do programa, o ex-ministro Aloizio Mercadante, e entregues ao TSE.

Chama atenção nos dois documentos a ausência de medidas para frear e reverter a expansão do porte de armas de fogo no Brasil. A revogação maciça dos decretos bolsonaristas é consenso no partido, mas vem sendo considerada polêmica demais para ser explicitada neste momento da campanha.

De resto, vários temas permanecem em discussão no PT — como, por exemplo, o que fazer com aqueles que foram contemplados por novas licenças durante o governo Bolsonaro.

Se alguns aceitam que será necessária uma espécie de “anistia” para aqueles que ganharam o porte nos últimos quatro anos, enquanto se “estanca a sangria” com um revogaço de decretos, outra ala ainda defende uma revisão geral, com a retirada do porte de armas de alguns grupos ou indivíduos.

Nos bastidores, o PT tem avaliado que seria politicamente arriscado fazer compromissos muito detalhados diante das incertezas sobre a situação fiscal do Brasil em 2023 e sobre a composição do Congresso Nacional em um novo governo Lula.

O GLOBO

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