Blog do Dina - Lula e Eymael são presidenciáveis pela 6ª vez; PL de Bolsonaro chega à 2ª disputa


Lula e Eymael são presidenciáveis pela 6ª vez; PL de Bolsonaro chega à 2ª disputa

27 de agosto de 2022 às 8:15

Nove eleições presidenciais foram realizadas no Brasil desde a redemocratização do país, nos anos 1980. Com a oficialização das candidaturas para as eleições de outubro de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Maria Eymael (DC) tornaram-se os candidatos que mais disputaram uma vaga ao Planalto: seis vezes cada um.

O petista esteve nas eleições de 1989, 1994, 1998 e 2002. Eleito nesta última, conseguiu se reeleger quatro anos depois, em 2006. Como a legislação impede um terceiro mandato consecutivo como presidente, em 2010 e 2014 a candidata do PT ao cargo foi a ex-ministra Dilma Rousseff, que saiu vitoriosa nos dois pleitos.

Em 2018, o PT voltou a escolher Lula, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barrou sua candidatura com base na Lei da Ficha Limpa. O ex-ministro Fernando Haddad o substituiu e encabeçou a chapa, mas foi derrotado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, Lula voltou à disputa, mas tem dito em seus discursos que não pretende tentar a reeleição em 2026 caso vença o pleito em outubro deste ano.

Já Eymael, que é advogado, empresário e ex-deputado federal, tentou se eleger presidente em 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018, pelo Partido Social Democrata Cristão (PSDC), que fundou em 1995, e nas últimas eleições gerais pelo Democracia Cristã (DC) ― após mudança de nome da legenda em 2017.

Neste ano, ele mudou o nome de urna para Constituinte Eymael, em referência à sua eleição como deputado federal constituinte em 1986, então pelo Partido Democrata Cristão (PDC).

Depois de Lula e Eymael, Ciro Gomes (PDT) e José Maria de Almeida (PSTU) são os candidatos que mais vezes tentaram chegar à Presidência. Eles disputaram o cargo por quatro vezes cada um.

Antes de entrar na corrida pelo PDT em 2018 e em 2022, Ciro tentou se eleger outras duas vezes, em 1998 e 2002, pelo antigo PPS, atualmente chamado de Cidadania. Ele também tem dito durante a campanha que não deve concorrer novamente, no futuro.

Já o ex-metalúrgico José Maria de Almeida disputou quatro das seis eleições presidenciais do PSTU. Ele concorreu em 1998, 2002, 2010 e 2014. Em 2006 o partido apoiou a candidatura de Heloísa Helena (PSOL). Em 2018 e 2022, a bacharel em ciências sociais Vera Lucia foi a escolhida da legenda.

Os candidatos que concorreram três vezes foram Enéas Carneiro (Prona), em 1989, 1994 e 1998, Marina Silva (pelo PV, PSB e Rede), em 2010, 2014 e 2018, e Rui Costa Pimenta (PCO), em 2002, 2010 e 2014. Em 2006, a candidatura de Pimenta foi indeferida pela Justiça.

Outros candidatos disputaram duas vezes, como Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que venceu as eleições de 1994 e 1998. Os também tucanos José Serra (2002 e 2010) e Geraldo Alckmin (2006 e 2018) encabeçaram as chapas da legenda por duas vezes. O PSDB lançou ainda Mário Covas no primeiro pleito, em 1989, e Aécio Neves, em 2014.

Pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), o empresário e jornalista Levy Fidelix concorreu em 2010 e 2014, nas mesmas eleições vencidas pela ex-presidente Dilma Rousseff, que também participou apenas de duas eleições presidenciais.

Ao todo, 53 candidatos disputaram a Presidência uma única vez.

Os partidos que mais concorreram

Desde 1989, o PT é o único partido do país a lançar concorrentes ao Planalto em todas as eleições. Até 2018, a legenda dividia a posição com o PSDB.

Entretanto, pela primeira vez, os tucanos não lançaram um candidato neste ano e decidiram apoiar a senadora Simone Tebet (MDB) na corrida pela Presidência. O partido ficou com a vaga de vice, ocupada pela também senadora Mara Gabrilli.

Antes de desistir da disputa, o PSDB chegou a realizar prévias internas em 2021, vencidas pelo ex-governador de São Paulo João Doria, e a indicar sua pré-candidatura. Sem decolar nas pesquisas de intenção de voto, e com pressão de integrantes do próprio partido, Doria retirou-se da disputa em maio.

Depois de PT e PSDB, os partidos que mais vezes lançaram postulantes à Presidência foram o DC (que concorreu também com sua antiga nomenclatura, PSDC) e PSTU. Cada um deles lançou seis candidaturas desde 1989.

O PDT, que indicou seu fundador, o ex-governador Leonel Brizola, em 1989 e 1994, o ex-ministro Cristovam Buarque em 2006 e o também ex-ministro Ciro Gomes em 2018 e agora em 2022, concorreu cinco vezes. Os demais partidos lançaram menos de cinco candidaturas à Presidência ao longo da história.

O MDB disputou quatro eleições presidenciais, com Ulysses Guimarães, em 1989, Orestes Quércia, em 1994, Henrique Meirelles, em 2018, e agora Simone Tebet, em 2022. Em 2002, o partido indicou a ex-deputada federal Rita Camata como vice de José Serra, e em 2010, Michel Temer, como vice de Dilma Rousseff.

Os partidos PSOL, PV e PCB também disputaram quatro eleições presidenciais.

Atual legenda do presidente Jair Bolsonaro, o PL já indicou dois nomes para a corrida presidencial. Em 1989, escolheu Guilherme Afif. Em 2006, a sigla se fundiu ao Prona, dando origem ao PR. Em 2019, porém, voltou a se chamar PL. O Prona teve Enéas Carneiro como postulante por três vezes.

Apesar de nunca ter eleito um presidente, o PL indicou José Alencar a vice na chapa encabeçada por Lula, que venceu em 2002. Em 2006, Alencar continuou como vice do petista, mas pelo PRB.

O União Brasil, que tem a senadora Soraya Thronicke como candidata em 2022, é resultado da fusão aprovada no início deste ano entre os antigos DEM e PSL.

Na época em que se chamava PFL, o DEM lançou Aureliano Chaves em 1989. Depois, indicou Marco Maciel como vice de Fernando Henrique Cardoso nas duas eleições vencidas pelo tucano, em 1994 e 1998. Já o PSL concorreu em 2006 com Luciano Bivar e venceu as eleições em 2018, com Bolsonaro.

CNN Brasil

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