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Com baixa cobertura vacinal, Sesap alerta para risco de reintrodução da poliomielite no RN

10 de setembro de 2022 às 8:49

A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) emitiu, nesta sexta-feira (09), nota de alerta aos municípios do Rio Grande do Norte para solicitar esforços no alcance das metas de vacinação contra a poliomielite. No RN, apenas 24% do público-alvo foi imunizado contra a doença no período de campanha. Grande parte dos 167 municípios estão em alto risco de reintrodução da poliomielite por apresentarem cobertura vacinal abaixo dos níveis mínimos esperados nos últimos anos.

A poliomielite é uma doença infectocontagiosa viral aguda, que provoca paralisia, geralmente nos membros inferiores. A doença é causada pelo poliovírus e pode ser transmitida por contato direto pessoa a pessoa, de forma mais frequente pela via fecal-oral, mas também por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-oral, através de gotículas ao falar, tossir ou espirrar.

O último caso da doença no RN foi em 1989, em São José do Seridó. "Nós da Sesap encaramos a poliomielite com esse grave risco iminente de circulação do vírus em nosso país. Desde a erradicação em 1989, nunca havíamos tido uma cobertura vacinal tão frágil como a de hoje em dia. Essa cobertura baixa e o aparecimento da doença em outros países, como os Estados Unidos, nos coloca numa situação de alto grau de vulnerabilidade e se não avançarmos com a proteção a partir do processo de vacinação estaremos na vulneráveis ao retorno dessa doença que pode deixar sequelas irreversíveis a nossas crianças", ressalta Kelly Lima, coordenadora de Vigilância em Saúde da Sesap.

Por isso, a Secretaria solicita aos municípios que fortaleçam as ações de vigilância epidemiológica das paralisias flácidas agudas e de vacinação, no sentido de proteger as crianças menores de 5 anos e alcançar altas e homogêneas coberturas vacinais na rotina e nas campanhas, evitando a reintrodução dessa grave doença no estado e país.

Dia D de Vacinação

Uma das estratégias articuladas será a realização do Dia “D” de mobilização estadual no próximo dia 17 de setembro, além da ampliação do horário de funcionamento nos postos aos sábados ou em outros horários oportunos, como o turno da noite. Entre outras ações, sugere a busca ativa através das equipes de estratégia de saúde da família e parcerias com outros setores estratégicos para divulgação, como escolas, igrejas e sindicatos.

A vacina contra a poliomielite é indicada para crianças de 1 a menores de 5 anos. O esquema vacinal do Calendário Nacional de Vacinação é composto por três doses da vacina inativada poliomielite (VIP), administradas aos dois, quatro e seis meses, com a vacina oral poliomielite (VOP) aos 15 meses e aos 4 anos de idade. A meta de cobertura vacinal maior ou igual a 95% deverá ser alcançada em todos os municípios brasileiros, tanto na rotina quanto na campanha.

Desde o início do século XX o programa nacional de imunização e as ações de vigilância tem conseguido interromper a transmissão da poliomielite. Porém, o abandono na vacinação de rotina tem sido preocupante, por representar o risco a que está submetida a pessoa não vacinada, pela possível falha no processo de imunização em razão de esquema vacinal incompleto.

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