Blog do Dina - 'Golpe do empréstimo': PF cumpre dois mandados em Natal contra grupo suspeito de movimentar R$ 156 milhões


'Golpe do empréstimo': PF cumpre dois mandados em Natal contra grupo suspeito de movimentar R$ 156 milhões

14 de outubro de 2022 às 15:17

A Operação Fair Play, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (14) contra um grupo empresarial que movimentou aproximadamente R$ 156 milhões, com o "golpe do empréstimo" cumpriu dois mandados de busca e apreensão em Natal.

Segundo a corporação, na capital potiguar, os agentes apreenderam documentos em dois endereços, nos bairros de Ponta Negra e Morro Branco, na Zona Sul da cidade. Não houve prisões, na capital potiguar.

As investigações são comandadas pela Polícia Federal do Amazonas. Também foram cumpridos mandados em Manaus, Boa Vista e Belém.

A justiça também determinou o bloqueio de bens e valores das pessoas físicas e jurídicas investigadas. A decisão judicial prevê o sequestro de bens móveis e imóveis que, eventualmente, estejam em posse dos investigados.

Investigação

Um inquérito da Polícia Federal investiga os crimes desde 2021. O órgão disse ter confirmado que a empresa investigada busca atrair, em especial, servidores públicos e aposentados.

De acordo com a apuração da PF, a empresa investigada fazia parte de um grupo empresarial que atuava em diferentes segmentos comerciais.

A Polícia Federal constatou que, em um período de dois anos, o grupo empresarial investigado movimentou, aproximadamente, R$ 156 milhões.

"Os sócios e representantes, por sua vez, apresentaram evolução patrimonial meteórica, enquanto ostentavam um alto padrão de vida em redes sociais, residindo em condomínios de luxo, realizando viagens nacionais e internacionais e adquirindo veículos e embarcações também de luxo", destacou o órgão.

Vítimas

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte também abriu investigação sobre pelo menos 15 casos do chamado "golpe do empréstimo" no estado.

As vítimas são servidores públicos que faziam empréstimos com desconto em folha e repassavam o dinheiro para uma empresa, que assumia um contrato com a promessa de vantagens e lucros.

Uma das vítimas do golpe em Natal, que pediu para não ser identificada, conta que trabalha como técnico em uma repartição pública federal de saúde e teve um prejuízo de R$ 32 mil.

O servidor fez um empréstimo consignado no banco, com desconto no próprio contra-cheque, e repassou o dinheiro a uma instituição financeira que assumiu um contrato com ele.

Em troca, recebeu promessas de rendimentos e lucros mensais até a quitação, meses depois, quando receberia o investimento de volta.

"Era exposto um contrato a nós, esse contrato dizia que esse procedimento junto ao banco era coberto por seguradora. Era registrado em cartórios aqui da capital e isso nos dava uma sensação de segurança", afirmou.

O homem ainda recebeu uma parcela do valor prometido pela empresa, mas não conseguiu mais contatos com os suspeitos e percebeu que caiu em um golpe.

Operação
O nome da operação, Fair Play, faz alusão à conduta ética exigida na prática de esportes, que preza pela atuação em conformidade com as regras estabelecidas.

"A operação policial tem como objetivo revelar a atuação irregular de grupo empresarial no ramo de investimentos financeiros, fornecendo aos órgãos de controle e regulação subsídios para repressão administrativa, cível e penal", ressaltou a PF.

As autoridades apuram desde crimes contra o sistema financeiro, contra a economia popular, lavagem de dinheiro a organização criminosa, dentre outros, cujas penas máximas somadas ultrapassam 30 anos de prisão.

g1 RN

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