por Dinarte Assunção

Comportamento

Como um encontro no 'Tinder Gay' terminou num conflito sobre o 'complexo de vira-lata' de Natal

18 de novembro de 2023 às 11:55

Ocasionalmente, eu baixo o Grindr para conversar ou fazer sexo.

O Grindr é um Tinder gay.

Ele mostra a pessoa mais próxima disponível e, se houver interesse mútuo, bem... Não preciso desenhar.

Eu sei, eu sei... Você deve estar pensando: 'mas você não estava considerando mulheres?' Continuo considerando. Abandone essa ideia fixa de que mudei de lado.

Para simplificar: sou como um sofá-cama. Há dias que sou sofá, há dias que sou cama. Mas sempre um sofá-cama.

Deixe-me voltar ao início do texto. Como mencionei, saí com um cara recentemente. Acabamos conversando boa parte da noite.

A conversa girou em torno de como a comunidade de Natal tem a mente fechada. Inicialmente, o foco era sobre a perversidade com que os gays em Natal se tratam - sim, isso acontece.

Depois, evoluiu para um comentário mais abrangente sobre a cidade ter a mente fechada para cultura, costumes, etc.

Acredito que Natal evoluiu em muitos aspectos, não porque a cidade em si decidiu avançar, mas pelos tempos modernos.

Estamos falando da capital do estado que foi pioneira, por exemplo, no papel da mulher na vida pública.

Minha cidade - sou um cidadão natalense, veja só - enfrenta dificuldades como qualquer outra no que diz respeito à mentalidade de desenvolvimento.

Creio que um aspecto que a cidade precisa superar é o complexo de vira-lata. Estamos constantemente nos comparando de forma negativa com outros lugares.

'Porque João Pessoa isso... Porque Fortaleza aquilo... Porque Recife não sei o quê...'

Quando foi que perdemos o orgulho de exibir em nossas biografias nas redes sociais a frase 'Eu moro onde você passa férias'?

Parece-me que esse é o primeiro ponto a ser resgatado se quisermos nos impulsionar para sair dessa posição de inferioridade em que nós - somente nós - nos colocamos.

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