27 de novembro de 2023 às 18:39
Nos corredores do poder, um acordo pouco compreendido e amplamente criticado se desenrolou, revelando as engrenagens políticas por trás da nomeação do ministro da Justiça para o Supremo Tribunal Federal. Flavio Dino sempre foi o favorito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o caminho estava cheio de obstáculos, conforme Maria Cristina Fernandes, do Valor Econômico.
A reviravolta veio com o voto decisivo do líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), e sua influência sobre a bancada baiana no Senado. Esse movimento não apenas selou o destino de Dino, mas também engajou os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (União-AP), na aprovação da indicação.
Mas essa nomeação é apenas a ponta de um iceberg de negociações interligadas. Lula vem manobrando um complexo pacote de acordos com a elite do Senado, visando solucionar impasses fiscais. Pacheco, como Presidente do Congresso, desempenha um papel-chave aqui, controlando os vetos presidenciais. Lula acaba de fazer um veto crucial para o Ministério da Fazenda, o das desonerações, que entra nessa equação.
O pacote inclui também itens como a federalização de estatais mineiras e a montagem do palanque de Lula em Minas Gerais, com Pacheco como figura central. E não para por aí: a exploração do pré-sal na Foz do Amazonas também faz parte desse grande jogo de interesses.
A indicação de Dino foi facilitada pela aprovação da proposta de emenda constitucional sobre decisões monocráticas. Paralelamente, a indicação do subprocurador-geral, vista com bons olhos tanto pelo Centrão quanto pela bancada bolsonarista, é outro exemplo de como as peças se movem neste tabuleiro.
Gonet, conhecido por suas posições conservadoras, não é apenas uma escolha estratégica para equilibrar o jogo. Ele também representa uma forma de Lula "compensar" o Supremo, especialmente frente ao acordo que limita suas prerrogativas no Congresso. Gonet é a escolha preferida de Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, figuras influentes no Supremo, que mais vocalizam suas opiniões.
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