Blog do Dina - A queda do coordenador de presídios no RN que foi descoberto como informante de facções e está preso


A queda do coordenador de presídios no RN que foi descoberto como informante de facções e está preso

28 de novembro de 2023 às 11:57

Dhayme Araújo da Silva, uma vez renomado coordenador dos presídios estaduais do Rio Grande do Norte, hoje se encontra atrás das grades que ele próprio ajudou a administrar, conforme reportagem do colunista do UOL, Josmar Josino, desta terça-feira (28). 

Sua trajetória, marcada por uma ascensão e queda notáveis, é um conto de lealdade traída e corrupção.

Silva, de 43 anos, era conhecido por sua postura rigorosa no sistema prisional, frequentemente demitindo policiais penais por infrações graves. 

Sua carreira alcançou um ponto alto ao ser cedido ao Gaeco do Ministério Público do RN, após servir como assessor do secretário da Administração Penitenciária e Ressocialização do Ceará.

Como paraquedista e colaborador da Força de Segurança Nacional, Silva parecia o perfil ideal para dirigir operações especiais no sistema prisional, inclusive durante a rebelião de Alcaçuz. 

No entanto, o homem que ajudou a erguer as paredes de uma das prisões onde agora está confinado, a Cadeia Pública Dinorá Simas Lima Deodato, teve seu nome marcado na infâmia, não só na placa de inauguração da unidade.

A reviravolta em sua história ocorreu quando Silva "passou para o outro lado", conforme apontado pelo Gaeco. 

Ele revelou informações sigilosas e forneceu dados de agentes de segurança para organizações criminosas em troca de dinheiro. 

Este ato de traição não só violou a confiança depositada nele, mas também colocou vidas em risco.

Silva chegou a oferecer por R$ 500 mil o endereço do secretário da Administração Penitenciária cearense ao Comando Vermelho, utilizando perfis falsos para comunicar-se com o crime organizado. 

A investigação revelou uma teia de corrupção e vazamento de informações, culminando em sua prisão preventiva em outubro deste ano.

Agora, Dhayme Araújo da Silva enfrenta acusações por receptação de equipamentos da Seap, corrupção passiva e violação de sigilo funcional. 

Sua história ressalta a complexidade e os perigos latentes nas instituições responsáveis por manter a ordem e a justiça, mostrando como até os mais altos escalões não estão imunes à corrupção e à queda.