Blog do Dina - Saiba como funcionou fraude de cartão de vacina de Bolsonaro


Saiba como funcionou fraude de cartão de vacina de Bolsonaro

20 de março de 2024 às 16:40

Um esquema de falsificação de certificados de vacinação contra a covid-19, que implicou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras oito pessoas, foi desvendado pela Polícia Federal (PF). Conforme informações da Agência Brasil, o relatório final da PF detalha como Mauro César Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, articulou a produção de certidões fraudadas.

O levantamento das provas, que incluiu mensagens em aplicativos de celular, registros de login em sistemas da Saúde e dados de geolocalização, aponta para um esquema iniciado em novembro de 2021. O sargento do Exército Luis Marcos dos Reis, a pedido de Cid, teria facilitado a obtenção de um cartão de vacinação falsificado para Gabriela Santiago Cid, esposa de Mauro Cid. Este documento foi preenchido com duas doses da vacina, baseando-se em dados de um cartão verdadeiro.

Este primeiro cartão foi manualmente anotado e assinado pelo médico Farley Vinicius de Alcântara, que admitiu sua autoria no documento, porém, colocou em dúvida se as doses foram efetivamente aplicadas. Gabriela Cid confessou não ter sido vacinada.

Além disso, Mauro Cid confessou seu papel no esquema através de um acordo de delação premiada, colaborando com a investigação. O esquema se expandiu para incluir tentativas de inserir os dados de vacinação falsificados no sistema ConecteSUS, para emitir os certificados necessários para viagens aos Estados Unidos. Este procedimento foi inicialmente malsucedido devido a inconsistências geográficas nas informações das vacinas.

Contudo, com a ajuda de Ailton Gonçalves Moraes Barros, ex-major do Exército, e do secretário de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos Brecha, os dados falsos foram finalmente inseridos no sistema. O esquema não apenas beneficiou Gabriela Cid, mas também as três filhas de Mauro Cid, Jair Bolsonaro e sua filha Laura, além de auxiliares do ex-presidente e o deputado Gutemberg Reis (MDB-RJ).

Após a revelação do indiciamento, críticas foram levantadas por Fabio Wajngarten, advogado de Bolsonaro, que denunciou a divulgação do indiciamento como parcial e uma perseguição política. Bolsonaro, por sua vez, reiterou que nunca foi vacinado contra a covid-19.

Agora, com o sigilo do relatório da PF levantado por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, espera-se que o Ministério Público Federal tome as medidas cabíveis frente às acusações. Este caso destaca não apenas a tentativa de burlar o sistema de saúde, mas também as implicações políticas que tais ações podem acarretar.

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