Blog do Dina - Comerciantes e moradores relatam prejuízos financeiros devido a obras paradas no KM 6


Comerciantes e moradores relatam prejuízos financeiros devido a obras paradas no KM 6

28 de março de 2024 às 11:16

Os comerciantes do bairro Nordeste que têm estabelecimentos próximos ao Viaduto da Urbana vivem hoje uma rotina menos movimentada, segundo os moradores. A diminuição de movimentação no local é devido às obras de trincheira na parte de baixo do viaduto, que vai ligar o KM 6 à Avenida Felizardo Moura.

A obra é parte da requalificação da avenida Felizardo Moura, iniciada em setembro de 2022 e com previsão inicial para término em março de 2024. A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) informou, por meio da assessoria de imprensa, que a previsão para o término é para outubro ainda deste ano.

O comerciante Aldcy Lopes relatou dificuldades em seguir com o estabelecimento, que fica em frente ao local onde as obras estão acontecendo, e afirma que não existe compromisso de um término mais acelerado. “Está uma desorganização, sem compromisso de terminar a obra, começa e não termina. Já faz meses que esse buraco está na frente do meu comércio”, argumentou.

Ele explicou que, com o baixo movimento, vem as dificuldades de lidar com as contas como aluguel. “Todo mundo afetado com a obra, é uma lentidão muito grande. Estou com um aluguel atrasado, numa situação horrível, muito ruim pra gente que tá nessa localidade”, completou.

“A Prefeitura não deu nenhuma ajuda social para nós. Eu tinha seis pessoas trabalhando comigo, hoje estou trabalhando sozinho porque não tenho condições [de contratar pessoas]”, revelou. A situação é parecida com a de Ariane de Moraes, dona de um restaurante próximo ao local das obras, que aponta uma redução no movimento de pessoas na rua e no estabelecimento. “Todos os horários a gente está com fluxo reduzido de pessoas”, disse.

Para ela, esse foi o pior momento para o restaurante em 14 anos de existência e identifica como frustrante a experiência vivenciada desde o início das obras. “Estamos vivendo um período de aproximadamente sete meses sem um fluxo adequado de carros na rua. A gente quer que a obra seja feita, que a Prefeitura realmente invista em vias, calçadas e sinalização. Mas o que a gente percebe hoje com a zona Oeste é um descaso. Se fosse na zona Sul, essa obra teria terminado”, defendeu.

“O que eu preciso ver hoje é uma conclusão, ou pelo menos uma celeridade das obras. Aqui tem se tornado perigoso para o pedestre, que vai andar aqui e ficar sujeito a um assalto, porque está muito escura a via. E com essa buraqueira toda devido às obras da Prefeitura, os carros não passam”, afirmou Ariane.

Ela faz, ainda, um apelo para a gestão municipal de Natal e pede que os prazos sejam cumpridos. “A gente precisa que se cumpram os prazos. A zona Oeste vai gerar renda para a cidade, tem muitas pessoas trabalhando aqui e muita gente precisando transitar nos transportes públicos e o que a gente precisa é que exista uma conclusão. Eu não tenho as minhas contas pausadas enquanto a Prefeitura está trabalhando aqui. As nossas contas continuam”, finaliza.

A vendedora de uma loja de roupas Elida Lastorina faz o mesmo apelo, mas também espera que as obras sejam finalizadas rapidamente. Ela conta que o ex-patrão, dono de uma loja de suplementos, precisou fechar o estabelecimento devido à queda no fluxo de pessoas. “Ele fechou por conta de que não estava dando movimento”, relata.

Hoje, na loja de roupas, ela explica que o único movimento é de clientes que já conheciam o local há muito tempo. “Antes, o movimento era bom. Hoje, os clientes que a gente tem são nossos antigos clientes, são amigas minhas, amigas da dona e assim vai, mas clientes novos, não tem nada”, ressalta.

Quando se fala sobre locomoção, Elida diz que não se sente afetada, mas a baixa no movimento de pessoas é sua maior dificuldade enquanto funcionária. “A gente está precisando que agilize [a conclusão da obra]. Eu sou funcionária e para ganhar meu salariozinho, eu tenho que vender”, completou.

A Seinfra informou, por meio de assessoria, que as obras não estão paralisadas e que devem ser finalizadas somente em outubro de 2024. “O projeto executivo de novas fases da obra segue em análise na Caixa Econômica Federal”, disse.

Agora RN 

Comentários [0]


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.