Blog do Dina - Parecer Preliminar Recomenda Manutenção do Canteiro de Obras Sobre a Ponte de Igapó


Parecer Preliminar Recomenda Manutenção do Canteiro de Obras Sobre a Ponte de Igapó

8 de abril de 2024 às 14:28

A saga do canteiro de obras da ponte, instalado pelo DNIT, contestado pela Prefeitura de Natal , continua. Após audiência realizada no dia 02 de abril, foi elaborado um relatório técnico direcionado à 5a Vara Federal de Natal. Nos apontamentos, conclui-se por deixar o canteiro onde está. Além disso, o parecer instrui pelo redirecionamento de trânsito. 

Para elaboração do parecer foi realizada uma visita ao local no dia 04 de abril para verificação de visão externa do estado atual da obra e verificação do trânsito no local em horário de “pico”.

Segundo o DNIT, a instalação do canteiro foi toda planejada e aprovada A Prefeitura do Natal alega ter desconhecimento inicial quanto à questão do local do canteiro e que esta instalação proporcionou bloqueio de uma das pontes que prejudica o fluxo de veículos no sentido do município de São Gonçalo do Amarante para o município de Natal. 

A prefeitura queria o canteiro em área de preservação ambiental é inserida dentro do município de São Gonçalo do Amarante.

Veja as oito considerações do parecer técnico que recomendam o não  remanejamento do canteiro: 

1. O local apontado para implantação do canteiro é no Município de São Gonçalo do Amarante, o qual não está incluso na lide;

2. O local apontado para o canteiro é uma área de manguezal e de proteção ambiental, a qual deverá ser submetido ao IBAMA, à Secretaria de Meio Ambiente de são Gonçalo do Amarante e à Secretaria de Obras de São Gonçalo do Amarante;
  
3. Para modificação do local do canteiro de obras necessita que seja realizado estudos do impacto orçamentário dentro da obra licitada, uma vez que será modificado todo planejamento em termos de infraestrutura da obra e que as cargas, descargas e transportes de materiais sejam redimensionadas em função de distâncias e etc...;

4. Caso seja liberada uma das pistas da obra, seria necessário que se construísse passarelas por baixo da ponte que sairiam de uma passarela lateral de uma das pontes para passarela lateral da outra, isto para que os operários possam transitar de um lado da pista para o outro, a fim de se evitar acidentes, pois não se pode ter trânsito de veículo no trajeto de operários de uma obra;

5. Para realização de serviços que necessitem ser próximos do local de aplicação, como por exemplo dobras, montagem e manuseio de armaduras, necessitaria da implantação de plataformas flutuantes e estas devem ser avaliadas, projetadas por engenheiro especializado, como engenheiro naval, uma vez que ao se liberar uma das pistas o canteiro se reduziria a apenas uma pista e sobrariam, devido ao tapume e sua estrutura, menos de 3,00m. A fresagem do asfalto deve ser realizada por equipamento autônomo que caiba com folga no espaço entre o tapume e a mureta de proteção da passarela de pedestres;

6. Na região existe ponto de final de rua que dá para o manguezal, podendo neste local, por liberação do órgão competente, se pode construir passarelas sobre a “lama” do manguezal até um atracadouro, seria a rua Princesa dos Campos;
Rua Princesa dos Campos
São Gonçalo

7. Por certo que a liberação de uma das pistas restringirá por demais a circulação de caminhões e manobras destes veículos no canteiro da obra, necessitando de se utilizar veículos menores como pequenos tratores que carreguem caçambas estacionárias com entulhos de obra, sendo estas caçambas estacionadas sobre plataformas com rodas, pois não haveria espaço para tratores ou retroescavadeiras de grande porte manobrarem livremente. No caso de entulhos, há também a possibilidade de se remover através de embarcações, mas com isto necessitaria de guinchos ou pequenos guindastes para elevar e movimentar as caçambas das embarcações até o ponto de retirada;

8. Com a restrição do canteiro a apenas uma pista, nada poderá obstruir a pista do canteiro, uma vez que na necessidade de passagem de um caminhão de maior porte, isto não seria possível. Cabe estudar se seria possível executar a obra sem obstruir a pista restrita ao canteiro e da necessidade de esporadicamente ou
    
Todos os itens acima mencionados seriam referentes a estudos de viabilidade de remanejamento do canteiro. 

A decisão de modificar o canteiro acarretaria também no custo submetido ao TCU, visto que provavelmente ultrapassaria o valor licitado. 

Outro impacto, seria a extensão do cronograma da obra, pois quando se coloca o canteiro fora do local da obra por alguma necessidade específica, se altera toda a infraestrutura, onde operários, máquinas e veículos terão de se deslocar com dificuldades maiores e em maior trajeto, impactando no tipo de maquinários a serem utilizados, na dificuldade maior de transporte e no tempo para execução dos serviços, ampliando assim o tempo de obra.

Estas ações consequentemente prorrogarão o tempo de interdição do local e impactaria a região por maior período de tempo.

A Obra

A obra é a recuperação estrutural em ponte de concreto armado, com cerca de 650m de extensão cada, sendo a ponte antiga e a ponte nova, de forma que para não impedir o fluxo de veículos, foi planejado a execução de serviços em duas etapas, sendo a primeira na ponte nova e em segunda etapa na ponte antiga. 

A ponte antiga, que é de 1970, é a que fica ao lado da desativada ponte metálica ferroviária e a ponte nova é de 1985, fica do lado oposto à ponte ferroviária.

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