12 de abril de 2024 às 16:25
Eis que surge um novo capítulo na interminável novela da engorda de Ponta Negra, uma saga que parece disputar em longevidade com as telenovelas da tarde. Desta vez, o enredo nos traz uma reviravolta digna de um final de temporada: uma liminar favorável à obra! Ah, mas antes que os ambientalistas e urbanistas ergam suas taças, vale lembrar que no teatro da Justiça, uma liminar é mais um ato do que um desfecho.
O juiz GERALDO ANTONIO DA MOTA, em um movimento que até poderia ser confundido com um ato de mágica jurídica, dá luz verde para a engorda. Um aplauso para a decisão que parece soprar a favor dos ventos do progresso, mas um olhar mais atento poderia perceber a ironia fina de tal desdobramento. Afinal, num universo paralelo onde liminares não são reversíveis, Natal poderia já estar desfrutando de uma orla mais robusta, sem temer que a maré levasse mais do que areia: a paciência do contribuinte.
Não se engane, o suspense judiciário continua. O próximo episódio poderá trazer um plot twist tão previsível quanto a temporada de chuvas no trópico: mais embargos, mais recursos, e claro, a inevitável extensão da saga burocrática. A população assiste, entre perplexa e desesperançada, ao espetáculo de ritos e litígios que desenrolam mais devagar que o lento caminhar das tartarugas marinhas.
Mas vamos aos fatos, sob a capa da legalidade, a Praia de Ponta Negra continua ali, esbelta, aguardando a engorda prometida, enquanto o tribunal de justiça se assemelha mais a um tribunal do júri, decidindo o destino de um pedaço de terra que, em meio a tanta polêmica, deve se sentir a versão costeira de uma celebridade perseguida por paparazzi.
Portanto, mantenha o espumante na geladeira e o confete no armário, porque no que depender do emaranhado jurídico, a engorda de Ponta Negra ainda tem muitos "próximos capítulos". E, quem sabe, em um futuro distante, poderemos finalmente dizer: a praia engordou, e o feito foi consumado. Mas por enquanto, é bom manter o sarcasmo afiado e a esperança em cautela.
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