25 de abril de 2024 às 13:35
Num corredor estreito da Sicoob Potiguar em Mossoró, sob a luz fria que derrama uma claridade implacável sobre tudo e todos, Henrique (nome fictício que vamos denominar o personagem) caminha com a sombra de seus 35 anos de experiência bancária pesando mais do que sua pasta de documentos.
Ele é um homem marcado não apenas pelos anos, mas pela recente humilhação sofrida sob o comando do novo diretor executivo, alguém cuja arrogância se tornou tão conhecida quanto sua falta de familiaridade com o varejo bancário.
Em agosto do último ano, durante a Expofruit em Mossoró, uma feira de negócios local, Henrique foi brutalmente confrontado pelo diretor após uma discussão sobre a escala de trabalho. Designado para estar presente todos os três dias do evento, ele foi publicamente repreendido no último dia, quando questionado novamente sobre a escala.
O diretor, elevando sua voz de forma que cada sílaba ressoava como um golpe, não só acusou Henrique de incompetência, mas ameaçou demiti-lo ali mesmo, diante de colegas atônitos.
A cena, marcada por gritos e gestos agressivos, foi o estopim para um período de profunda ansiedade e depressão para Henrique, culminando em seu afastamento médico e, posteriormente, uma demissão sumária ao seu retorno.
Esta não é uma história isolada dentro da Sicoob Potiguar. A conduta do diretor executivo e do vice-presidente gerou uma série de denúncias de assédio moral, tanto que o Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Norte se viu compelido a abrir um inquérito civil para investigar as acusações mais profundamente.
Segundo relatos de funcionários, ex-funcionários e associados, os episódios de abuso incluem a demissão de uma colaboradora durante o puerpério, humilhação pública de um colaborador idoso, comportamento abusivo com mulheres, além de gritos e falas desmoralizantes dirigidos à equipe.
O inquérito do MPT, registrado sob o número 0002412024210006, busca esclarecer a extensão dos danos causados pela gestão atual e assegurar que justiça seja feita.
As investigações apontam para uma cultura de medo e repressão onde queixas levadas à ouvidoria resultavam em retaliações severas, incluindo demissões em massa, como a que aconteceu após o incidente com Henrique.
Enquanto o MPT prossegue com sua investigação, a Central Nordeste do Sicoob iniciou uma sindicância interna, na esperança de entender melhor os eventos relatados e implementar medidas corretivas.
A comunidade de Mossoró e os associados da cooperativa aguardam ansiosos, esperando que as conclusões desta investigação possam trazer uma mudança positiva, restabelecendo um ambiente de trabalho onde o respeito e a dignidade prevaleçam sobre o autoritarismo e o abuso.
Até a publicação desta matéria, o Sicoob não se pronunciou sobre as denuncias.
Comentários [1]
Lamentável ainda existir diretores com esse tipo de postura. Assediadores não passarão!!!
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