30 de abril de 2024 às 12:01
Foto: Reprodução BlogdoBg
Era um dia comum na academia Selfit, localizada no supermercado Nordestão, até que um policial militar trouxe o caos ao cenário, tentando acabar com a própria vida em público. O Blog do Dina teve conversou com ex-namorada do PM, que descreveu com detalhes os eventos que antecederam e culminaram no episódio dramático deste domingo.
Ela compartilhou a história de um relacionamento que começou de forma encantadora mas rapidamente se desintegrou devido ao comportamento agressivo e controlador do policial.
Atualmente, o policial está internado no Hospital Walfredo Gurgel e lá mesmo passou por uma audiência de custódia, virtual, em que foi solto. Conforme apurou o BLOGDODINA, após a evolução de seu estado de saúde, o policial será transferido para um hospital particular.
Procurado, o advogado Flaviano Gama, que atuou na defesa do PM na audiência de custódia, informou que esse é um caso clínico. Mais informações sobre a versão do PM estão no fim desta reportagem.
*Como tudo começou*
"Começou as mil maravilhas. Ele era carinhoso e atencioso", contou a ex-namorada sobre o início de seu namoro. "Mas logo ele começou a demonstrar um lado agressivo e controlador." A relação terminou, e a última vez que se encontraram foi em outubro do ano passado.
"Ele estava enfrentando uma crise de ansiedade, teve alguns surtos, e eu realmente fiquei com medo de estar perto dele, já que o mesmo tem muitas armas em casa, é policial, enfim. Não senti segurança de estar perto dele. Aí comecei a me afastar, dizer que ele tinha que se tratar, toda aquela sequência..."
A ex-namorada relatou também momentos de perseguição e pressão, que só amenizaram quando a Polícia Militar interveio e exigiu uma melhor postura do policial. "Passou a tomar os remédios e se acalmou por um tempo. Contudo, logo degringolou de novo."
No domingo, o cenário escalou para violência. "Chegou na academia mostrando a arma para a recepcionista, dizendo que era PM. Depois, encontrou comigo e um casal de amigos lá dentro e logo ameaçou o homem que estava presente, também policial."
*O ápice*
O incidente atingiu seu ápice quando ele se posicionou em frente à academia esperando a ex-namorada para uma conversa. "Fiquei trancada no banheiro esperando a Polícia chegar. Só saí quando a PM chegou. Tentaram tirar a arma dele, mas ele pegou rapidamente a arma que estava no banco do carro e efetuou o disparo contra ele mesmo, num lugar pensado estrategicamente, porque ele sabia que um tiro naquele local era só pra fazer sucesso, que ele não iria morrer com aquilo. Ele queria fazer um show (faz parte da doença dele)", disse ela.
O Blog do Dina também apurou que o PM recebeu ligações da própria família enquanto esperava fora da academia, incluindo um irmão com quem possui um relacionamento conturbado devido a atitudes agressivas anteriores, inclusive acusações de ter agredido os próprios pais.
Este caso lança luz sobre as complexidades de lidar com transtornos mentais dentro das forças policiais e levanta questões urgentes sobre saúde mental e segurança pública.
O outro lado
Segundo Flaviano Gama, que não é o advogado constituído e atuou apenas na defesa preliminar, para a audiência de custódia, o caso do policial trata-se de uma situação clínica psiquiátrica e ele estava em um estado de crise quando a situação aconteceu.
O policial passara por um procedimento cirúrgico para a retirada da bala, que ainda está alojada em seu peito, e em seguida será encaminhado a uma clínica psiquiátrica para estabilização.
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