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Obras de recuperação na Ponte de Igapó avançam 0,9% em 1 mês

17 de maio de 2024 às 10:02

As obras de recuperação da Ponte de Igapó, que vêm dificultando o tráfego entre a zona Norte e o restante da capital, e são tocadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, avançaram apenas 0,9% em cerca de um mês. As informações foram repassadas pelo próprio DNIT. Após 8 meses de início, a reforma atingiu cerca de 25% de conclusão. O cronograma da obra aponta que a conclusão será no primeiro semestre de 2025. Apesar de ter apenas um quarto do trabalho concluído, o DNIT sustenta que o prazo será cumprido. Além de conviverem com a suspensão parcial do trânsito na Ponte de Igapó, os moradores da região também precisam enfrentar a interdição parcial da avenida João Medeiros Filho, por conta de um serviço da Caern.


A reportagem da TRIBUNA recebeu duas notas oficiais do órgão desde abril. A primeira, no dia 18 de abril, apontava que o cronograma estava 24,1% concluído. Já na última quarta-feira (15) a resposta do DNIT foi que o nível de conclusão havia chegado a 25%. Em outras palavras, a obra andou 0,9% em cerca de 1 mês. O Departamento aponta, apesar disso, que não há atrasos na execução da obra. “São executadas várias frentes de serviço, como recuperação das estavas de fundação; recuperação dos pilares; e análise das condições estruturais do tabuleiro da ponte e recomposição do revestimento asfáltico. A autarquia ressalta que as as obras seguem dentro do cronograma de execução estabelecido. A previsão de conclusão do empreendimento é o primeiro semestre de 2025”, disse o Dnit.


Na terça (14), a Caern interditou parcialmente uma das faixas da Avenida João Medeiros Filho no sentido Potengi/Redinha para serviços de manutenção da rede própria. A obra é a segunda a bloquear uma via importante da zona Norte, uma vez que a Ponte de Igapó também passa por obstruções desde setembro do ano passado. O fechamento parcial de trechos primordiais para quem precisa sair ou chegar à região tem causado inúmeros transtornos para o trânsito, com engarrafamentos e retenções a qualquer hora do dia, além de prejuízos para comerciantes instalados nas áreas próximas aos serviços.


Na João Medeiros Filho, mesmo com a interdição recente, as perdas já começaram a ser observadas. Na manhã desta quarta-feira (15), a TRIBUNA DO NORTE conversou com alguns proprietários de comércio, que relataram uma redução de 20% no fluxo de clientes desde o início do bloqueio. O fechamento parcial se concentra próximo à esquina da avenida com a rua da Tamarineira, mas a obra será ampliada até a esquina com a avenida Bahia, segundo a Caern.


Flávio Eduardo, que tem uma loja de material de construção há mais de 30 anos em frente ao trecho onde os serviços são realizados, conta que o tumulto no trânsito é o principal fator de afastamento dos clientes. “Hoje tem as limitações na Ponte Velha, então, esse era o único acesso totalmente livre, mas agora o trânsito vai ficar lento e a gente vai se deparar com o maior caos. Da terça para hoje [quarta-feira], já percebi uma queda no movimento aqui na loja de 20%, porque o pessoal não quer vim enfrentar transtorno”, relata o comerciante.


Rafaella Cristina, de 31 anos, trabalha em um restaurante próximo à obra. Ela comenta que o fluxo de clientes por lá também teve queda de 20%. “O barulho e a poeira estão incomodando bastante e afastando o pessoal e por isso já notamos essa queda no número de clientes. A obra mal começou e eu já quero que termine. Até porque tenho receio que isso afaste ainda mais as pessoas”, reclamou. Já quem trabalha próximo à Ponte de Igapó, os prejuízos são bem maiores.


“O movimento caiu cerca de 50%. O pessoal não vem para cá com medo de ficar preso em congestionamento ou por causa da dificuldade de pegar ônibus. Com o baixo movimento, as vendas caem e tem meses que é difícil pagar o aluguel do ponto. O desejo de todo mundo é que a obra acabe logo, mas pelo visto, pode colocar ‘ferro de molho’, porque ela não termina tão cedo”, desabafa a comerciante Márcia Suely, de 50 anos, que tem um ponto de lanche nas proximidades, na Tomaz Landim.

Motoristas reclamam
Os motoristas que trafegam pelos trechos afetados também reclamam muito dos bloqueios. Para os condutores ouvidos pela reportagem, o fechamento da João Medeiros Filho só veio para piorar a situação de acesso à região, já crítica em razão da obra na Ponte. “A salvação era a Newton Navarro, mas agora, com o fechamento da João Medeiros, não sei como vai ficar”, comenta o motorista de transporte por aplicativo Max André, de 23 anos. Ele mora em São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana, e precisa acessar a zona Norte todos os dias para chegar às demais áreas da capital.


“Sempre evito a Ponte de Igapó, porque é engarrafamento em qualquer horário e a obra é lenta demais”, discorre Max. Jeymyson Cardoso, que mora em Pajuçara, critica a demora dos serviços, que devem durar até o primeiro semestre de 2025, segundo informou o Dnit. “O serviço da ponte está demorando bastante. Acho que não está nem 50% pronto, então, é muito problema que a gente enfrenta. O fluxo de carros é grande, engarrafamento sem fim, o que é ruim para motoristas e para quem depende de ônibus, que precisa sair de casa duas horas antes para trabalhar. diz.


Rafael Oliveira, de 23 anos, é outro morador da zona Norte que precisa ir às demais regiões da cidade todos os dias e encara os problemas rotineiros de quem vive por lá. Ele comenta que está na expectativa para saber como ficará o trânsito na João Medeiros Filho em horários de pico. “É possível passar apenas um carro por vez no trecho bloqueado, mas eu acho que o certo era terminar logo o serviço na Ponte para fazer isso [os serviços na João Medeiros]”, pontua. De acordo com a Caern, o bloqueio se dá para obras de manutenção preventiva.


A Companhia explicou que o serviço é necessário levando em consideração a vida útil da rede implantada. Serão substituídos aproximadamente 350 metros na avenida, no trecho entre a rua da Tamarineira e a avenida Bahia. O abastecimento da região terá alterações pontuais, que serão informadas com 72h de antecedência de qualquer ocorrência.

Tribuna do Norte

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