Blog do Dina - RÉPLICA: "A farsa é de quem?", pergunta José-Dias


RÉPLICA: "A farsa é de quem?", pergunta José-Dias

8 de janeiro de 2022 às 8:10

O cientista José-Dias rebateu meu texto em que descrevo haver uma farsa na cruzada dele contra o Carnatal. Trata-se de o óbvio direito ao contraponto. Vai abaixo.

O que penso não mudou, com a novidade que não sou só eu a defender o ponto de vista que lancei. Tem mais gente séria a fazer o mesmo.

O texto dele é mais amplo e pode ser lido na íntegra aqui. Reproduzo abaixo uma parte que se dirige mais diretamente a mim:

A farsa é de quem?

Sou físico de formação e astrofísico com mestrado, PhD na França e Pós doutorado nos Estados Unidos (Harvard). Dados é meu negócio desde sempre, ou seja, não sou jornalista. Mas, sei que há uma ética na profissão que norteia a conduta dos bons profissionais.

Apesar de vivermos numa época em que é mais importante “lacrar” para cavar uma popularidade duvidosa nas redes sociais, do que exercer o nobre exercício pelo qual alimento imenso respeito, já não espanta mais, infelizmente, assistir as tentativas de linchamento público, na falta de argumentos técnicos.

Já tive meu currículo acadêmico exposto, como se ao invés de orgulho, devesse me envergonhar dos anos dedicados à pesquisa e ensino. E, mais recentemente, fui chamado de “autoritário” por alguém que sequer me procurou para tirar qualquer tipo de dúvida ao longo de toda a pandemia, que já se estende por mais de dois anos, sobre os métodos utilizados nas análises dos dados acerca da covid-19.

A boçalidade no RN, assim como em muitos outros lugares, esperneia quando não consegue calar quem vai contra a corrente.

Quando não é em nome de “Deus, pátria e família”, é o argumento do “prejudicar nosso desenvolvimento” que justifica a sobreposição do interesse particular em detrimento do interesse público.

Curioso que o conceito de “desenvolvimento” utilizado por aqui não coincida com os parâmetros de redução das desigualdades sociais, com o andar por calçadas que também permitam deslocamento de cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção, ou caminhar livremente a pé pela cidade sem medo de assalto ou estupro.

O “desenvolvimento” por aqui parece ter chegado apenas a alguns poucos que transitam em seus carros do ano e em ambientes artificiais. Enquanto isso, seguimos na luta com “o enorme passado que o Brasil tem pela frente”, como já dizia o grande Millôr Fernandes.

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